Ela desatinou, viu: chegar de manhazinha, mas não quis abrir os olhos
o sol se deslisando em seu rosto,
e ela ainda estava
sonhando...
Parece que o dia de hoje começou a 2 anos atrás. Medo de acordar e terem ressuscitado aqueles fantasmas do respirar fundo. Embora saiba que todo o sentimento de afeto ficara diferente hoje, comparado ao antes. Tenho medo que o anjo da guarda não desça do céu a tempo, e me coloquem numa camisa de força forçada a ver os auspícios de um extravagante sanatório, e eu me torne o escândalo predileto dos dissabores da vida. Mas eu vou acordar amanhã, abrir a janela e o sol me iluminará me provando o contrário. E vou me acabar de tanto rir. Provavelmente de mim mesma. Não vou mais esvaziar minha alma em expectativas que só existiram em meus pensamentos. Como demora morrer os amores em nossos corações. Eu tento. Mas o corpo não aceita mais nada. Cansada dos desamores. Embora, aparentemente esteja faminto em mim, não vou estendê-lo sobre a calçada para servir de aperitivo aos vira-latas. Não quero me transformar em miniaturas de palitos ossuários na boca de cães lambancentos. Vou deixar que a chuva caia. Se a chuva é para purificar então chove, preciso que o tempo ajude as águas lavarem meu corpo cansado. Minha vida é um espetáculo babilônico. É como se tudo o que eu tocasse virasse pedra. Aprecio os abismos emocionais. Quase ninguém chega perto. E minha grande ambição, é soltar as correntes da razão e espiar o que há dentro, ainda que ao final me reste apenas a vertigem da queda. Não me contento com formas. "Ou toco no fundo. Ou não toco em nada".
**Hoje me peguei sonhando, sonho que iluminou dentro.

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