É bem o teu girar do corpo em pleno vôo alcançando a liberdade e todas as emoções contidas em formas frágeis de encanto. Um olhar que se perde sereno e manso junto as mãos em cumplicidade com o próximo passo que irá produzir. Faz bem as sapatilhas machucarem vagarezas em um coração que não cessa e tudo transborda. Porque amor é poço com água fecunda e límpida. Jardim que nasce tulipas em cada florescer de primavera. Faz tua morada flutuar em campos de possibilidades e trás consigo tudo de positivo e raro. Sei da tua atuação em outros palcos, mas não me desagrada nem tão pouco me desanima o quereres. Teu jeito às vezes me faz exagerar em qualquer impressão que deixas em instantes infinitos e te jugo em representações submissa a tudo o que és. Conheço-te em intimo entre sonhos e memórias nos instantes em que durmo e viajo no que suponho ser você. Através deles alcanço-te em cheio. Teu espetáculo se transforma e se faz ao lado do meu lençol amassado e retorcido, assim como meus sentimentos nesses instantes contrários. O meu silêncio marca teus passos que insistem saltar e rodopiar em pulos pulsantes. E o teu céu alcança os holofotes do palco da vida. Baila por inteiro dentro de mim! Baila de olhos fechados flutuando em notas de músicas macias que insisto em ouvir todos os dias. Escuto o som e deixo sobre sair teus passos e tento decifrar esse seu ar de mistério que faz questão de te rondar a todo o momento. E o teu ser passeia em palcos muitos enquanto seu sorriso se pinta em meu rosto trazendo a calmaria em brisas.
Levemente inspirado na Ciranda da Bailarina de Chico Buarque postado por Jaya Magalhães no blog Líricas.






