terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Das Constelações Infinitas




Ela tornara o céu ciumento por suas belas cores. E apenas o que vinha dele era uma versão solitária de um poema inacabado. Cuidava de uma lâmina rijida que fazia pequenos cortes em nuvens. E a desejava como uma boa noite de chuva. Mas por ela ser doce o bastante não poderia fazer com que ele se abrisse em sol para iluminar todos os dias cinza. Então começava uma luta para que a fantasia não desaparecesse. E assim bordava seu nome nos ares.
Dependurava-se em um charmoso cometa que a carregava entre constelações infinitas por caminhos na via láctea, arrancando o céu de estrelas com a força de seua mistérios.
"Porque seu amor estara entre o céu e a terra, num secreto calendário dedicado ao vento".

        *Dorme menina, mas dorme não só para descansar, mas também para sonhar. Sonhar sonhos coloridos...

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Vem vida, me abraça e me enlaça

                                                          

"É chegado o tempo das canções. Do germinar das sementes. Da renovação das cores e dos ventos. O que está por vir [e não se adia] tem longa gestação porque se prepara todo pra vir mais bonito. Mais cheio de graça também. Minhas eternidades chegam junto. Sem manual de instrução. Pegue e use. Abuse. No peito, os maiores suspiros. O olhar com brilho muito. A boca a esbanjar sorrisos. Perdão pra todo lado. Um florir por dentro capaz de arrancar qualquer espinho. É sol que agora nasce onde antes era chuva. E um arco íris como um aviso do céu: É proibido não ter esperanças, só porque é dezembro."
*Vem verão, estou te esperando....
                              "Levanta corpo, que o espirito quer ir em frente"
                                              
                                                                           Hoje é dia de Maria


domingo, 25 de dezembro de 2011

Vem Pra Mim 2012



Com os pés me equilibro na linha do destino.

 Quaisquer que sejam as escolhas,

resta ainda, acima de tudo,

o respeito aos

caminhos.

Resta ainda a esperança na ponta da língua

com o seu gostinho doce e azedo,

enlaçando o céu da boca

de quem espera resultados

no futuro.

Resta ainda tudo de tudo o que é bom,

esperando a gente

logo ali na frente,

ali no tempo,

no passar das horas,

no passar dos dias.

Resta ainda o pouco

que faltou para alcançarmos algo

que ainda não conseguimos.

Resta a coragem,

a persuasão,

 a sabedoria,

e o poder em acreditar que somos capazes.

 Resta ainda o sorriso da criança abraçada na ternura da mãe,

a gentileza do próximo,

e a paz que nos falta no dia cinza.

Resta o que resta da cidade respirando liberdade. 

Resta o que nos faltou para acreditarmos que não resta

nada que precise ser preenchido.












 




quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Pura Poesia


Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa
No amor!
Por Deus esculturada
E formada com ardor...
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olôr
Que na vida é preferida
Pelo beija-flor...

                                                            (trecho da música "Rosa")

**Esplendida essa música na voz de Marisa e intensa a poesia... Encantada, encantada..
                             




quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

...

                                                  
 Falas desejo quem sabe... Talvez
 Eu falo, escuto e rio com muita sutileza
 Faço graça, você me olha e me indaga
 Mas eu nem mais ali
 Nem mais...
 Teus olhos clamam, gritam
  Eu fujo, renego, sorrio... Nem ligo


sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Poetizando...

"Se te pareço noturna
e inperfeita
Olha-me de novo.
Porque esta noite
Olhei-me a mim,
como se tu me olhasses
E era como se a água 
Desejasse..."

                                                        Hilda Hilst

Com a Alma

Ode Descontínua para Flauta e Oboé 
De Ariana para Dionísio 
 
Porque tu sabes que é de poesia
Minha vida secreta. Tu sabes, Dionísio,
Que a teu lado te amando,
Antes de ser mulher sou inteira poeta.
E que o teu corpo existe porque o meu
Sempre existiu cantando. Meu corpo, Dionísio,
É que move o grande corpo teu
Ainda que tu me vejas extrema e suplicante
Quando amanheçe e me dizes adeus.

Hilda Hilst

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

E porque não falar de amor?

Uma solidão, um delírio. Talvez, não sei...
Sei que em te encontrei a paz, a paz que a muito tempo vagou em mim
Teu jeito, teu anseio que ficou e durou
Mas me deixou a mercê do amor
E até hoje não me encontro, pois em te me perdi...


terça-feira, 13 de dezembro de 2011

"A espera"


O inesperado me encanta...
Me retoma ao mundo maluco
Que já havia esquecido que existia!
"Deixa ser como será".
Deixa o mundo me levar,
e a vida me dizer o que agora vai ser!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Me Preenchendo



Escrevendo a gente inventa
Inventa um romance, uma saudade, uma mentira, uma dor, um amor...
Escrevendo a gente espanta os demônios, a gente trás paz interior, 
a gente satisfaz o ego, e alcança a liberdade.
Escrevendo a gente senti o mundo, a gente seduz a vida.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Pratododia


 Como arroz e feijão,
É feita de grão em grão
Nossa felicidade.
Como feijão e arroz,
Que só se encontram depois
De abandonar a embalagem.
Mas como entender que os dois
Por serem feijão e arroz
Se encontram só de passagem?
Me jogo da panela
Pra nela eu me perder
Me sirvo a vontade, que vontade de te ver.
O dia do prato chegou!!


[O Teatro Mágico]

*Encantada mais e mais com a poesia misturada de Anitelli...
  "Realmente a poesia não é de quem a escreve, mas sim de quem precisa dela"...
  Olhos esbugalhados.. essa foi a minha reação assim que terminei de ler a letra dessa música, uma
  verdadeira combinação para o meu estado.. estado de hipnose, hipnotizadaa com O Teatro Mágico
  Afinal o dia do prato chegou!!
  Me sirvo a vontade, vontade de te ver...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Compasso sou eu


É o que pulsa o meu sangue quente
É o que faz meu animal ser gente
É o meu compasso mais civilizado e controlado
Estou deixando o ar me respirar
Bebendo água pra lubrificar
Mirando a mente em algo producente
Meu alvo é a paz!
Amo a vida a cada segundo
Pois para viver eu transformei meu mundo
Abro feliz o peito, é meu direito!

[Angela Rô Rô]

*Amadurecendo com o tempo e me renovando a cada momento.
 Hoje sou assim como esse compasso distraído na música de Rô Rô, entre tantos outros compassos distraídos.
Vivo nesse ritmo, nessa sincronia e sem agonias apenas vivo.
Sigo essa reta circular que me rege através do passo a passo da vida,
Equilibrando-me nessa linha imaginária sem inicio e nem fim.
Caminho e me levo no traçado do infinito sem paradas idas e vindas.
Vou indo como uma melodia suave e o soprar do vento calmo,
Transcendendo com o passar das horas.
E assim sigo.
E vou, e vou...


domingo, 6 de novembro de 2011

EU quero o delírio


Apesar de todos os medos, escolho a ousadia. Apesar dos ferros, construo a dura liberdade.
Prefiro a loucura à realidade, e um par de asas tortas aos limites da comprovação e da segurança.
Eu...... sou assim.
Pelo menos assim quero fazer: a que explode o ponto e arqueia a linha, e traça o contorno que ela mesma há de romper.
A máscara do Arlequim não serve apenas para o proteger quando espreita a vida, mas concede-lhe o espaço de a reinventar.

[Lya Luft]

* EU quero o delírio da vida, a melhora contínua, o suspiro de cada manhã, a luz do sol escorregando em minha pele, e o brilho das estrelas clareando a escuridão.
EU quero o agito da rua, a calmaria de casa, a maresia da praia e o barulho do mar. 
EU quero tudo de positivo, tudo de tudo que é bom. 
EU quero, eu quero, eu preciso.


Me renovando....

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Há uma alma em mim, Há uma calma que não condiz... Com a nossa pressa! Com o resto que nos resta.




Resta, ainda, um sonho dormente no peito que, a cada amanhecer, geme na esperança de ser acordado. Aquele mesmo sonho amordaçado, comprimido, compactado na caixinha das coisas que precisam esperar. Resta também aquela alegria matinal vinda com o cheirinho do café, e da certeza de que os pés podem nos levar tão longe, tão exageradamente longe, para onde habita o verdadeiro amor. Restam os olhinhos argutos da mãe preocupada que quer enlaçar o filho numa rede de carinhos afoitos e eternos, ternos. As madrugadas em claro e as preces exasperadas; uma fé tamanha em Deus e na bondade dos homens que cercam seus filhos; o travesseiro ancorado em lágrimas e o batido forte do coração agourento. Restam alguns pequenos valores, alguns sentimentos em buquês de flores, algumas canções um tanto sinceras que falam a língua da alma, fazem brotar a sensação de alívio e de conforto por se escutar o que não se pode dizer. Restam migalhas jogadas ao longo do caminho-incerto-vida, e um olhar preocupado, sempre ansioso pelo que há de vir. Restam esses nossos passos no escuro, o constante tatear, buscando algo que seja real o suficiente para se agarrar. Um fio de luz, um raio de serenidade sublime, uma paz para poucos (desejo de muitos). Resta um amor maior, bem maior. Bem Maior.

[Rodrigo Pena] 
* Distraindo-me nos pensamentos de Carmem Faria.. Muito boa a mistura e encantador "O Teatro Magico"

E é por isso que eu não fico satisfeita,em sentir o que eu sinto se o que eu sinto fica só no meu peito, por mais que eu seja egoísta, aprendi a dividir as emoções e os seus efeitos.



 **Gosto de dividir isso que sinto a todo o momento
     Uma exata cumplicidade com o meu sentimento
     Que sai em rimas ou às vezes sem
     Colocar aqui em público tudo que sinto parece estranho, mas não é
     É uma maravilhosa sensação de preenchimento
     E aqui eu me sinto mais em mim...


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Vou mostrando como sou e vou sendo como posso...


Seguir enfrente foi um conselho que sempre me deram
Seguir em frente à gente inventa anjos que nos amparam na queda, mesmo que seja uma queda brusca
Seguir em frente à gente inventa que tudo é caminho, que tudo é destino
Que tudo é o que deve ser
É seguindo em frente que a gente inventa que não volta mais
Que o tempo é o senhor da razão e não o comandamos
Seguindo em frente inventamos no máximo uma marcha ré
Só pra ver se não esquecemos nada lá atrás
 A gente inventa que sobra exatamente o que nos falta
Porque seguindo em frente parece mesmo não faltar
O que a gente inventa que já tem
Até o dia em que se tem
Alguém em que te ajude a seguir em frente






quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Outra Vez (Falando em Gardênias)



De repente a dor de esperar terminou.
Antes amores, flores,
Rumores, tambores, destinos,
Traços, linhas retas e precisas.
Precisava tanto da sua companhia,
Saudade era o que me vestia.
Eu procurava a tua chegada que nem existia.
Nas noites claras e madrugadas sonhadas,
Faltava só a sua presença perto de mim.
A minha perto da sua assim.
Há quanto tempo sozinha vazia.
Vazia de tudo e de todos.
Sem a sua presença, eu sofria,
Me descabia,
E só você não via.
O tanto amor que retinha,
E a sede me perseguia,
Mas nada que eu tinha te supria.
Então eu ia,
Eu vinha,
Eu fui eu fui...

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Momento





Ao cair do orvalho
Céu nublado e tudo tão minúsculo
Tudo tão promiscuo
Eu promiscua encolhida e amassada
Tanta coisa escondida em papeis e rabiscos
Que prefiro não lembrar
Mas deixe isso tudo pra lá
Vivo este momento
Este agora que revigora
 Distraio-me em efeito sonoro
Tento desesperadamente me reciclar
E juntar todos os cacos que deixei cair no chão
Nesse vácuo de solidão me espreito
Me arraso na casa de espelhos do meu intimo
E espalho meu rosto
E finjo não esta me vendo
Nesse reflexo tosco e perdido
Eu não sei quem sou
Nem me controlo no que faço
Daí escrevo como quem levasse uma topada da vida
Contando em versos os acontecimentos que ocorrem dentro de mim

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Estagnação


Quando some a inspiração 
Corro atras dela mas as palavras se distanciam e as perco
Fico inconformada
Mudo de tom
Coço a cabeça
Me bato, me debato, me cobro e não me conformo
Sou dependente da minha escrita
E não sei como faço para viver sem
Hora leio e encontro como e o que devo escrever
Hora não vejo mais o que escrever
E fico assim
Um poço vazio
Sem água fecunda
E tudo some e nada supre...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Enigmática



Encantada com a sua pessoa
Começo a disfarçar-me entre quebra-cabeças
Com suas peças todas misturadas,
Para que não descubra o segredo em me iludir,
E não cair em precipitações inadequadas.
Penso assim porque sou sorrateira quando trata-se de sentimentos,
E não me entrego tão facilmente.
Meus valores se põem na minha frente como meu escudo,
Entre eles cubro-me e viro uma fechadura com códigos dificéis de decifrar,   
Mas se faz bem gostar de mim mesmo assim
Digo-lhe ser inteira em sentimento.
Dou-me e esqueço-me.
Faço promessas e sento no caos.
E por mais que tento não ser o que digo,
Me perco e pro sigo
Como se essas fossem as únicas verdades.
Meu eu é um fluxo de amor inexorável.
Tiro conclusões de meus pensamentos rápidos
E nenhum estado é o melhor pra mim.
A felicidade faz-se uma tortura e fico assim
Hora nenhuma eu, hora nenhuma ele.









domingo, 4 de setembro de 2011

Resmunguilios

Em tempos como estes...
Em tempos como aqueles...
O que será?
O que será de nós?
E assim seguimos, e continuamos...
Ouvimos rir, chorar, nascer, morrer...
Pessoas se curam, crescem, elevam-se e se educam...
Outras matam e se matam. 
Sempre haverá paradas, idas rápidas e lentas.
Ação, reação, paus, pedras e ossos quebrados.
Pessoas inocentes mortas por coisas banais.
Seres repugnantes e nojentos convivendo entre nós.
E esses pela paz, e aqueles pela guerra.
Que Deus abençoe esses e aqueles também.
Pois são estes e aqueles um pouco da humanidade.
E assim seguimos e caminhamos.
Sei que podemos mudar.
Quem vai dizer que é impossível?
Parece que esquecemos que o mundo continua girando e que não existe o amanhã.
Mas sim existe o amanhã e podemos mudar essa realidade.
Observo que a cada dia que acordo posso sentir uma diferença.
E quem vai dizer que não podemos fazer a diferença?
Não há limites para o bem comum.
Podemos encontrar coisas novas que eles dizem que não podem ser encontradas,
E assim podemos compartilhar esse amor que sabemos que existe em cada um.
E quando compartilharmos seremos felizes.
E que esse sentimento permaneça para todo o sempre.
Quem irá dizer que não podemos fazer tudo?
Eles dizem que o mundo continua triste e calado.
Mas esqueceram que nele vivem pessoas alegres e tagarelas.
Bom podemos mudar esse mundo e transformá-lo em recanto de paz.
Sabemos que não é impossível.
E quando o possível acontecer será divino. 









sexta-feira, 2 de setembro de 2011

O Sonho de Icaro

Sobre asas de pena e cera ele levantou vôo, sim vôo alto,
Rasgando o leve azul e fluindo entre nuvens com tamanha naturalidade e elegância.
Foi alcançar a morada dos Deuses.
Menino moleque travesso bolha de sabão...
Virou mito e lenda. 
Tornou-se um espírito livre de limites e barreiras que impulsionou e superou limitações,
E sobre constelações as sua asas o levou a um lugar divino.
Divino em ser céu e toda a sua plenitude de vários caminhos.
Caminhos de leite eternos...
Que os deuses homenageiem a sua chegada.
Que Apolo o filho de Zeus o conduza em uma linda carruagem,
E o acolha com todo o aconchego.
Trazendo emana paz de espírito e sossego.
E que essa morada especial seja para todo o sempre.










quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Acalanto



A noite espreita
Todo o ocidente nos ombros.
Outrora se inicia                       
Eu fico em êxtase constante.
Ando cansada de tudo,
Desse nada imenso.
Sou moça sem recato,
Dessas que encontram em qualquer canto.
Jogo-me ao vento,
Viro, reviro, me quebro e me uso.
E nesse salão de sentimentos
Deixo que as águas invadam meu rosto.
Gosto de me ver chorar, um faz bem desabafar
Levando essa cadência viva em mim.
Tons, ruídos, sons e delírios nascem com o tempo.
Tudo tem cheiro....
Cheiro marcante, que atravessa as horas e o vento,
E ainda arrepiam minha pele nua
São as gardênias
Ainda as gardênias
O seu olhar
O seu falar
O seu, o seu no meu.



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Inocência do Prazer

Espalham-se sobre o corpo doses avassaladoras de puro prazer.
Mãos deslizam sobre partes quentes e árduas, lábios vermelhos se procuram vendo se a boca combina.
Depois a pele, se a textura vale.
O corpo não reclama e sim se derrama por completo.
E um procura-se no outro,
O cheiro de prazer, um cheiro de afago.
E os dois se embriagam,                                                  Sob aquela fragrância.
E cada beijo tem uma cor.
Cada amor tem uma cor.
Cor de caramelo.
Cor de madrugada quente.  
Será apenas o silêncio que ronda aquele momento intenso?
A esperança está grudada na carne.
Alguém tenta desesperadamente sentir algo diferente.
A inocência tumultua, mas o prazer extrapola e implora para ser diferente.
Cada carinho é o fio de uma navalha,
Que estraçalha e afaga.
Amor escravo de nenhuma palavra.
Era tudo isso que procurava.
No clarão da madrugada.









terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mistérios de um sono

Um boa noite breve, calmo e baixo.
Fecham-se as portas apagam-se as luzes,
O que resta de uma noite cálida e profunda no sereno da cidade na meia noite.
Es o sono apontando nos olhos de quem o fecha.
Para sonhar com o invisível e o imaginário,
E a alma vagueia por lugares pitorescos e místicos,
Onde o tempo nem ousa em existir.
Em uma fração de momento,
Torna-se tão intenso que realmente tudo parece acontecer.
Os sonhos nos invadem e nos tomam,
Tomam como mãos suaves e lentas que deslizam nos aconchegos do prazer.
Prazer em sonhar com coisas que realmente faz sentido.
Sentidos insanos, impróprios e sensatos,
De uma vasta imensidão.
E venturas e aventuras vivemos.
Para até a chegada do amanhecer,
Onde os raios do sol nos despertam.
E todo aquele efeito feito enfeite,
Desenfeita-se feito desfeche e fecha-se em nossas cabeças.
Levando aqueles pequenos momentos pra toda vida.

domingo, 21 de agosto de 2011

Versos Avulso

Escrevo ao léu.
Pequenos alicerces resumidos em folha.
O que são?
Palavras, pequenas palavras que distinguem partes do corpo, movimentos, atos do viver.
Em pequenos versos posso dizer muitas coisas.
Mexo com o oculto, o imaginário e mergulho no inesperado.
Esse mundo torna-se tão vasto, que nele existo intuitivamente. Dela arranco feridas, me desespero, escandalizo, extrapolo, imploro, exploro, tenho medo, desejo, fico alegre, triste e sofro.
Em tão tamanho apego, que não necessito me esconder em faces. E nunca me limito.
Cerco-me de palavras e significados, ultrapasso fronteiras e levo todo o meu entendimento conquistando profundamente minha liberdade de pensamentos e sensações, mesmo que não faça sentido utilitário ao próximo.
Vivo em eterna mutação, e me renovo a cada instante, pois estou cansada da rotina do mundo, por isso busco novidades e equilibro-me com a escrita e se não fosse ela eu me morreria simbolicamente todos os dias.
Escrever me absorve por inteira e unifica todos os meus sentimentos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Vida em Orly


La mañana de la vida….
Sedenta e ainda exauta.
Respirava o pouco de oxigênio da varanda de casa.
Observando a todo o mometo os raios do sol invadindo minha alma.
E o amanhecer é lindo.
Nuvens se enfeitavam no céu ao vento e juntas cobriam-se fazendo a dança das cores.
Enclinava-me em uma cadeira, para terminar de ver aquele espetáculo.
Que trasmutava o meu ser e cubria-me de um luxo radioso de sensassões.
Mesmo tosca e sem voz,
sentia um acréscimo de estima por se mesma.
E parecia-me que entrava em uma existência superiormente interessante.
Onde cada momento tinha seu encanto diferente.
E assim enchergava a plenitude de tudo quieta.
Fazendo as expectativas rondarem-me dos pés até a boca.
Em ver aquele deslumbramento infinito.



sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Contradições em Vida


    Corta meus pulsos        
e jorra todo o meu sangue até a ultima gota,
para que meu coração pare.
    Necessito de uma pausa.
    Viver é muito complicado.
    Meu corpo esta em ânsia e nada supre.
    Atrevo-me a dizer tudo isso porque vejo que sou um nada. Absolutamente um nada imenso. 
    Passa-me o mundo no peito, mas não posso deitar ao lado do sossego porque não aprendi a ser contada nos dedos.  
    O meu eu tem códigos que não existem. Sou tão anônima quanto um banco de praça.
    Vivo entre aspas e nem tento sair delas.
    Assim torno-me um labirinto de intimidades que tento trocar sempre, mas não consigo.
    Quero me curar de mim, chutar o balde, ser mais filha, ser mais adulta, sem ser eu.
    Quero calma e paciência mesmo sem saber ser calma e paciente.
    A vida me passa nos olhos a todo o momento, mas ela me exige tanto que eu quero outra.
    Preciso me restituir de humanidades cabíveis.
    Estou cada dia mais distante e vivendo em paralelos imaginários.
    Escrevo memórias em silencio em uma tarde oriunda, me viro de ponta a cabeça de uma vida que me    passa rasteira, mas mesmo assim ainda continuo sendo eu.
    Como posso ser um caso cheia de descaso?
    Minhas dores são sempre sem repostas e os conselhos imundos. Como posso deixar meu cansaço em qualquer canto?
    Quero poder me atrever mais, me curtir mais, ser mais comedia, ser imensa e devassa sem precisar me untar da presença dos outros.
    Quero que meus pensamentos contraditórios se virem contra mim e se rebelem me trazendo paz de espírito. Preciso de doses avassaladoras de animo.
    Quero tirar essa capa desmemoriada do meu corpo e jamais voltar a ser o que sou. Quero não ser culpa e não ser pecado. Quero pisar em campos de possibilidades. Possibilidades essas que me façam um bem enorme. E Nunca me curar.